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Mulheres no Cinema

 

O ano era 1895, o local, Paris e o dia, 28 de dezembro. Os irmãos Lumière exibiram a novidade do cinematógrafo, com a projeção de registros de imagens em movimento. No trecho "A saída dos operários da fábrica", mulheres estão entre os trabalhadores filmados.

 

As relações entre elas e o cinema, na frente e atrás das câmeras, assim como dentro das telas, merecem muita atenção. Neste espaço, vamos conversar e refletir sobre elas.     

Roteirista, documentarista e diretora, AVA DUVERNAY, nasceu na Califórnia em agosto de 1972. As primeiras produções foram um documentário sobre hip-hop e dois longas. Em 2011, co-fundou o Movimento de Libertação de Filmes Afro-Americanos, um grupo dedicado a apoiar o lançamento e a distribuição de filmes para negros.

É dela também o documentário produzido para a ESPN chamado Venus Vs., que conta a luta da tenista americana Venus Williams por salários iguais aos dos atletas masculinos.

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Mas chamou a atenção em 2014, quando dirigiu o filme “Selma”, sobre um pouco da vida de Martin Luther King em busca do direito de voto dos negros. A produção foi indicada ao Oscar de melhor filme. Em seguida, em 2016, o documentário “13ª. Emenda”, produzido por DuVernay, foi novamente cotado ao grande prêmio do cinema. Ela se tornou a primeira diretora afro-americana a ter dois filmes nomeados e também a receber um Globo de Ouro, além de outros prêmios.

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Com o slogan “vozes e imagens variadas”, a diretora também criou o coletivo ARRAY NOW, que apoia filmes independentes produzidos por pessoas negras e mulheres em todo o mundo.

Uma característica marcante do cinema atual é a grande preocupação social, frequentemente criticando pontos fracos da estrutura da sociedade. Por isso, é possível observar que elenco, produção e direção são formados tendo em vista a representatividade étnica e feminina. Os temas abordados falam de coisas como o movimento de emancipação das mulheres, o apartheid e a revolução industrial. Mas isso não se limita aos filmes históricos, se estende para a ficção, onde se busca a presença forte de protagonistas femininas, negros, asiáticos e homossexuais. A cultura cinematográfica reforçou tanto esses novos padrões que também criou-se uma certa pressão da mídia em torno dessas questões. A arte, de forma geral, sempre foi uma plataforma usada para causar algum tipo de efeito no público: às vezes apenas uma impressão, outras uma reação, e o cinema não é diferente. As mídias exercem grande influência na formação da opinião dos jovens, ou, em outras palavras, são indiretamente responsáveis pela mentalidade de toda uma geração, e talvez até da sociedade. Por isso, busca-se propagar valores positivos em grandes produções, que provavelmente vão render bastante bilheteria, portanto alcançar mais gente. 

 

Esse é o caso de A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, 2017), dirigido por Bill Condom. Bela, uma protagonista diversas vezes considerada uma jovem mulher à frente do seu tempo: mostra-se independente, culta, e sem a necessidade de um príncipe encantado para salvá-la. Outro sucesso recente é Mulher Maravilha (Wonder Woman, 2017), da diretora Patty Jenkins. O longa é o primeiro filme de super-herói a estrelar uma heroína. A história adapta para a grande tela a amada figura pop dos quadrinhos, que anteriormente havia apenas ganho um programa de televisão. Esse é um evento muito importante, pois por um bom tempo o gênero de heróis foi considerado masculino, e o gênero de contos de fadas atribuído ao universo feminino. 

 

A Marvel, que recentemente mostrou também grande preocupação com representatividade nos quadrinhos, divulgou os futuros projetos cinematográficos. Entre eles estão os filmes Pantera Negra (Black Panther, 2018) do diretor Ryan Coogler, um dos principais heróis negros da produtora, e Capitã Marvel, dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck, também é uma das heroínas principais. A protagonista deverá ser interpretada pela atriz Brie Larson (O Quarto de Jack, Kong) como Carol Danvers. A personagem fará a primeira aparição em Vingadores: Guerra Infinita, em 2018, e em 2019 terá um filme solo. O enredo será sobre Carol Danvers, que, durante a década de 1990, tem contato com a raça de alienígenas conhecidos como Skrulls e ganha poderes extraordinários.

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